Feliz Dia das Mães – 2018

O dia das mães nos ensina muito sobre o nosso caminho. Esse caminho único que vivemos como mães, aquele que os outros ouvidos não entendem, porém nós mães o conhecemos muito bem – suas curvas, obstáculos e imperfeições. É neste dia que o mundo pára para refletir sobre a importância do nosso trabalho. Não quer dizer que em todos os outros dias nós sejamos esquecidas, sabemos que isto não é verdade. No entanto amanhã várias famílias escolherão celebrar o nosso papel. Meu coração aperta neste dia, pois minha mãe está no Brasil. Engraçado como um quadrado no calendário me faz parar para refletir no caminho que minha mãe trilhou antes de mim. O quanto ela sacrificou por mim.

Uma das melhores memórias da minha infância é de quando minha mãe me mostrou nossa primeira fita VHS. Era o filme da Branca de Neve e ela disse que iríamos assistir juntas. Era uma tarde comum no bairro Floresta em Joinville, ela tinha um sofá de couro branco e sua televisão quadrada ficava dentro de um armário de madeira. Lembro que ela deitou no sofá comigo, e meu lugar preferido era entre ela e o descanso das costas. Eu magricela me aconcheguei ali e não queria mais sair. Lembro-me exatamente dos meus sentimentos enquanto eu abraçava minha mãe. Eu me sentia acolhida, amada, segura e feliz. Esta lembrança me vem à memória muitas vezes, não só nos dias das mães, mas eu me recordo daqueles sentimentos com freqüência e sei que meus filhos sentem o mesmo ao se aconchegarem perto de mim. Até hoje a música da Branca de Neve me emociona, pelo fato de demonstrar o vínculo entre eu e minha mãe.

Através deste meu espaço online tenho tentado demonstrar à vocês – minhas melhores amigas da internet – que existe uma vida abundante após filhos. Existem várias receitas para uma maternidade abençoada presentes na Bíblia, nas quais eu ainda estou trabalhando e aperfeiçoando com a graça de Deus. Hoje tirei um tempo para escrever o que o Senhor tem trabalhado no meu coração e espero que possa lhe servir como um norte na sua busca por Ele.

Eu falo muito sobre construir um lar, pois uma casa é o que a mãe faz dela. Falar da maternidade sem falar da minha casa seria impossível. Meu coração está depositado no meu lar. Eu sou mãe quando acordo de manhã com o Levi me chamando para descer até a cozinha, sou mãe quando me levanto devagar e desço as escadas antigas da nossa casa e preparo o café da manhã das crianças. Sou mãe quando pego o bebê no colo e tomo o meu café ao mesmo tempo. Nas idas e vindas do dia, no calor da casa e do fogão esquentando o prato do dia, é ali que eu sou mãe.

Para uma mulher cristã, a maternidade é a arte sutil de construir uma casa na graça: “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata a puxa para baixo com as próprias mãos” (Pv 14:1). O trabalho de cada dia é significativo, pois contribui para o plano de longo prazo. Cada prego ajuda uma casa a ficar firme em uma tempestade. Mas a maternidade não é uma fórmula simples. Passar pelo parto, educação e disciplina requer uma alegria que é santa (que vem do Senhor) e um amor pela beleza da maternidade. A mãe que é temente à Deus não teme o futuro. (Praise Her in the Gates: The Calling of Christian Motherhood).

Cada prego ajuda uma casa a ficar firme em uma tempestade. Nós estamos posicionando estes pregos, formando o ambiente em que nossos filhos crescem. Essas palavras ecoam muito forte no meu coração, pois elas descrevem o peso da minha importância dentro do plano de Deus. As minhas mãos, as minhas palavras e o meu trabalho formam as memórias dos meus filhos. A base de suas vidas. O seu caráter. E meu trabalho como mãe é tão importante que, se feito na graça de Deus, construirá uma casa que não se abala com a tempestade.

Foi essencial para mim entender o meu chamado como mãe para que eu pudesse abraçar a maternidade de coração inteiro e vivê-la na intensidade que Deus havia planejado para mim. Quando nós obedecemos a este chamado, que é tão precioso e que requere tanto de nós mulheres, nós podemos esperar as bênçãos se derramarem sobre as nossas casas. É a promessa dEle, não há dúvidas sobre isto. Eu mesma – pela graça dEle – sou testemunha.

Imagine você construindo sua primeira casinha. Você contrata um arquiteto e juntos planejam a planta. O terreno é preparado, vem então a fundação, tijolo por tijolo… cada parte deste processo faz diferença. Nossa mente imagina o resultado final toda vez que observamos cada fase da construção. Podemos pensar que um prego faltando numa certa parte da casa não fará muita diferença no final, mas um sábio arquiteto lhe alertaria do perigo de não se dedicar a cada detalhe da obra. Todos os detalhes importam.

Da mesma maneira que esta obra tão complexa é completa com cuidado, assim a maternidade também se desenvolve. Todos os detalhes importam. O seu tempo de dedicação importa. Aqueles momentos em que seus olhos capturaram o olhar de satisfação do seu filho no instante em que ele aprendeu algo novo ou os dias nos quais você o ensinou sobre valores importantes. Suas tarefas diárias, seu cuidado com a sua família. Todos estes momentos importam dentro do plano de Deus. Do trocar de fraldas ao preparo para a faculdade. Cada dia seu como mãe representa uma pequena parte desenhada que completa uma obra de arte muito maior do que você vê agora.

Salmos 128 fala sobre as promessas e bênçãos para aqueles que temem o Senhor. A partir do versículo 3, o salmista descreve a alegria em volta da mesa de jantar. A mulher é descrita como a videira frutífera. Ou seja, ela é o coração da casa. Seus filhos são as plantas de oliveira ao redor da mesa, esta é uma ilustração perfeita sobre o crescimento dessas crianças. Elas estão conectadas à videira, gerando frutos através dela. Se a mãe teme ao Senhor, seus filhos serão abençoados. A mulher que recebe seu chamado como mãe é o instrumento que Deus usa para gerar vida e abençoar famílias e comunidades. Nós somos este instrumento. E Deus quer nos usar.

Mas a maternidade é difícil, solitária e injusta. É o que a internet fala por aí. Falamos tanto sobre maternidade real, porque temos medo de mostrar uma imagem ilusória sobre as nossas vidas, pois não queremos que outras mulheres pensem que ser mãe é a garantia de felicidade. No entanto, nada é a garantia da felicidade a não ser a vida eterna. A Bíblia não promete felicidade, mas ela promete que Jesus seria o suficiente. E isto para mim já basta. Pois quando Jesus é suficiente, eu encontro alegria nos momentos mais simples do dia, pois sei que eles estão escrevendo o poema que já existe no coração de Deus.

Mais tarde, no novo testamento, Paulo fala sobre atribulação:

Aqui eu encontro o gás que preciso toda vez que me sinto cansada, porém não desanimada. Quando me sinto insegura e sem chão, mas não desesperada. Quando estou me sentindo abatida, mas sei que meu coração está guardado em Deus, por isso não pode ser destruído.

E antes de Paulo, Jesus já havia falado:

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Mateus 11: 28-30

Ser mãe não é tarefa fácil. Mas isso não quer dizer que o caminho trilhado não seja bonito. Muito pelo contrário. O trabalho que o Senhor nos deu é um privilégio! A maternidade não é solitária ao lado de Jesus. Eu quero aprender com o meu Salvador, a ser humilde de coração, a falar com mansidão e ajudar meus pequenos a conhecerem o Seu amor através de mim. A maternidade real segundo o coração de Deus é uma maternidade de entrega e obediência. E Ele sabe o que é melhor.

Malaquias 2:15 fala sobre o que Deus espera de nós pais, que nós criemos filhos que sejam “dedicados a Deus”. Para criar filhos tementes a Deus, passamos por um trabalho longo, porém muito recompensador. A recompensa da alma salva em Cristo não se compara com o cansaço que passamos durante o dia. Se o seu cansaço está sendo desafiador para a sua saúde, talvez seja o momento de reorganizar suas prioridades e focar na sua saúde corporal e mental. Mas se você já estiver se sentindo mais disposta após ler este post, pode ter certeza que você já está pronta para cumprir o seu chamado. E Ele fará infinitamente mais.

A Bíblia é a âncora para os meus dias, e o Senhor brotou em mim um amor muito grande pelo desafio tão bonito que é a maternidade e a criação desses seres tão pequenos que são os meus filhos. Eu sou pequena e imperfeita, mas Ele é fiel. Se eu pudesse lhe dar um conselho neste dia das mães seria: não tenha medo de abraçar o seu chamado com o coração inteiro. Deus lhe tornou mãe, e Ele lhe dará a força que você precisa.

Feliz dia das mães!

Com amor,

Bru